sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Exibidos - Postagem Especial



 A bunda é a bunda,
rebunda


Carlos Drummond de Andrade





  Brasileiro que se preza sabe: a bunda é a grande paixão nacional.  Ela está por todos os lados: nas praias, nas ruas, nas músicas de Chico Buarque, nos poemas de Carlos Drummond de Andrade e até nas curvas de Oscar Niemeyr.






 Mas de onde vem essa preferência ?
 O sociólogo Gilberto Freyre enveredou por esse caminho em um ensaio publicado na revista Playboy.   Investigando as origens desse gosto tipicamente brasileiro.








   Freyre evidencia que não há relatos que evidenciem que as mulheres indígenas se destacavam pela protuberância de suas nádegas.  Ao contrário das negras escravas , as mais avantajadas.





   Aliás, de acordo com o sociólogo, elas fizeram muito europeu se casar novamente só para ter a oportunidade de possuir uma mulata "arde-lhe o rabo ". expressão que designava as adeptas do coito anal












  Mas se engana quem pensa que o tamanho de nosso bumbum é herança exclusiva das "afro-negras".  As mulheres ibéricas, especialmente as portuguesas, também eram donas de grandes traseiros.  A bunda brasileira é a mistura harmônica disso tudo.







 E ao contrário do que parece, mostrar o traseiro nunca foi pecado. 
 Na Idade Média, por exemplo, era até uma técnica para espantar o diabo, já que se acreditava que ele não a possuía e ficava com inveja .



















À bunda

Por que nunca encara as coisas de frente?
Fica parecendo que tem algo a esconder.
Por acaso, faz alguma coisa que ninguém pode saber?


Fernanda Young

















SONETO DAS BUNDAS
 (Luiz Islo Nantes Teixeira)


Admiro muito uma bunda, aquelas duas metades divinas
Sejam loiras, mulatas, negras ou brancas , as bundas favoritas!
Elas sao a melhor parte do traseiro das belas meninas
Que desfilam diante dos meus olhos com suas caras bonitas

Admiro muito uma bunda, mesmo das orgulhosas argentinas
Mas conheco bundas que deveriam ser enxertadas ou esquecidas
As bundas magras, desengoncadas , as chamadas bundas caidas
Que não vejo nas duas preciosidades que são as minhas primas

 Acaricio e beijo todas as bundas de uma boa distância
Mas so com os meus olhos e coração que continua admira-las
Bundas perfeitas para acalmar a minha ansia!

Pois assim fico livre de sofrer um tapão no rosto
De mulheres ofendidas de bundas que quero apertá-las
E desfrutar destas duas metades divinas que tanto gosto






















































 
A bunda que engraçada
( Carlos Drummond de Andrade)




A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
 Não lhe importa o que vai pela frente do corpo.
A bunda basta-se. Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
 Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
 numa praia infinita.


Lá vai sorrindo a bunda.
Vai feliz na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda, rebunda.