domingo, 25 de julho de 2010

Sungueiros - Postagem Especial




Os sungueiros de Alair Gomes




   Alair de Oliveira Gomes (Valença, RJ, 1921 - Rio de Janeiro, RJ, 1992) foi engenheiro (civil e eletrônico), fotógrafo e professor, crítico de arte e cultura.
   Apesar de sua atuação intelectual em várias áreas, hoje em dia seu nome é mais conhecido pelo trabalho como fotógrafo, especialmente devido às fotos de corpos masculinos seminus, tiradas nos anos 60, 70 e 80, com carga homoerótica.
   
 Hervé Chandès, diretor da Fundação Cartier para a Arte Contemporânea, afirmou, em 1991:

 “Em nus masculinos, não há nada hoje comparável no mundo da fotografia ao trabalho deste brasileiro”











   Alair Gomes começou a se dedicar à fotografia nos anos 1960, fotografando quase de maneira “obsessiva” belos rapazes nas praias do Rio de Janeiro.
   Posicionando-se como um voyeur, clicava os belos rapazes cariocas tanto da areia da praia como da janela de seu apartamento em Ipanema, lugar a partir do qual é realizado o registro, a apropriação clandestina de corpos masculinos,  utilizando-se de teleobjetivas. 
    Alair morou em Ipanema por mais de 20 anos, no sexto andar  de um prédio da Rua Prudente de Moraes, cuja parte dos fundos dava acesso a uma pequena parte da praia. 
   Essa situação residencial privilegiada tornou-se um elemento central de sua pesquisa artística.
   Entre o final dos anos 60 até 1991, ele registrou também, de maneira sistemática, cenas do carnaval carioca em fotos cuja abordagem homoerótica era uma constante.













   O fotógrafo morreu em 1992, assassinado por um jovem segurança de uma loja de discos em Ipanema, com quem mantinha um relacionamento.
   Em vida, Alair realizou apenas uma exposição individual.    A quase totalidade de seu acervo (cerca de 170 mil negativos e 16 mil fotos) pertence hoje à Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, por doação da irmã do fotógrafo, Aíla Gomes. As demais obras estão em propriedade de colecionadores particulares.














    As potencialidades narrativas da fotografia lhe abriram um caminho profícuo para a produção de imagens que dialogavam com suas inquietações de caráter íntimo.  Em seu entendimento, a fotografia, quando pensada a partir da sequencialidade, se aproximava da literatura.  A obra de Alair Gomes é bastante vasta , uma delas apresenta imagens, sempre em preto-e-branco, de dois rapazes minimamente vestidos e unidos por atividades em comum :  o ócio da praia e o culto ao corpo.




Fonte :



 - Wikipédia
 - Revista de História da Biblioteca Nacional / número 40 / Janeiro de 2009