terça-feira, 5 de outubro de 2010

Informativos

Estado do Rio de Janeiro revela dados sobre homofobia nas escolas


Por Fernanda Valles

     O Rio de Janeiro é o único dos estados  da federação que avançou na discussão e na criação de uma política de formação e capacitação de gestores educadores na questão de identidade e gênero.
    Estas informações foram apresentadas pela pesquisa “Homofobia nas Escolas”, ontem, dia 04/10, no Centro de Formação Adauto Belarmino, Central do Brasil.

   A Secretaria de Estado de Educação financiou os custos da pesquisa no Estado, realizada em parceria com a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.
   O estudo foi realizado em duas escolas estaduais e duas da rede municipal da capital, com 138 entrevistados, entre professores, autoridades, diretores, coordenadores pedagógicos e alunos.
    A subsecretária de Comunicação e Projetos da Seeduc ( Secretaria de Estado de educação  do Rio de Janeiro ) , Delânia Cavalcante, o secretário da SEASDH, Ricardo Henriques, a subsecretária de Ensino da Rede Municipal do Rio, Helena Bomeny, além de outras autoridades, coordenadores e professores, assistiram à apresentação dos dados pesquisa, um estudo qualitativo sobre homofobia na comunidade escolar, realizado em 11 capitais brasileiras.

   O objetivo é que o estudo sirva de base para a criação de um pacote de medidas para combater a homofobia no Estado do Rio de Janeiro.

  - A SEEDUC entende o resultado da pesquisa “Homofobia nas Escolas” em nosso estado como um desafio, mas considera que é possível a mudança cultural de médio a longo prazo, se o tema se mantiver na agenda da escola de forma propositiva. 
]  Nosso objetivo é manter a continuidade do trabalho e intensificar as ações intersetoriais, com o programa Rio sem Homofobia e implementar a política de diversidade, dentro do Plano de Educação de Direitos Humanos do Rio de Janeiro em elaboração pela SEEDUC.
    Para a subsecretária Helena Bomeny, qualquer assunto que discuta a tolerância, o fim do preconceito, deve ser considerado como uma forma de agregar valor à educação.
  - Já temos um trabalho transversal para cuidar do aluno, trabalhando a questão de cor, de gênero.   Temos que perceber que a diferença é riqueza, afirmou.

  Segundo a coordenadora de Diversidade Educacional da Secretaria de Educação, Rita de Cássia Rodrigues, serão capacitados de quatro a dez mil professores até 2014 sobre a temática LGBT.
  - A Coordenação de Diversidade Educacional tem como missão o compromisso político e institucional de promoção de políticas públicas para o reconhecimento, o respeito a valores de cultura de paz, de não –violência e valorização das histórias e culturas afro-brasileiras, educação indígena, quilombola e do campo, bem como o de proporcionar o pleno exercício da cidadania, direito inalienável de todo ser humano e de todos os segmentos, incluindo o LGBT.
 
  Sendo assim, é recomendada por esta coordenação a inclusão da temática LGBT no Projeto Político Pedagógico das unidades de ensino.
  
 A pesquisa é fruto de uma reivindicação da sociedade civil organizada, durante a I Conferência Nacional LGBT, convocada pelo presidente Lula, que recebeu prioridade como política pública a ser trabalhada pelo Ministério da Educação.

  A Reprolatina – Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva é a executora do projeto, que conta com patrocínio da Pathfinder do Brasil, ECOS, ABGLT e Ministério da Educação.      No Rio de Janeiro, a pesquisa foi apoiada pelo Governo do Estado do RJ.

   Para o Secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, Ricardo Henriques, a sensibilização da criança, do adolescente e do jovem para a importância de repudiar os preconceitos relacionados à orientação sexual e à valorização da diversidade precisa envolver as escolas.

 - Esta pesquisa é fruto de uma articulação entre secretarias de Estado, e vai nos oferecer um diagnóstico sobre a homofobia nestes grupos etários que permitirá a formulação de um plano de prevenção da discriminação, ainda durante os anos de formação da criança como cidadã. É uma iniciativa muito bem-vinda e que vai contribuir para a construção de uma política pública integrada e eficaz -, afirma.


Fonte : Secretaria de Estado de educação  do Rio de Janeiro ( Seeduc )